As empresas existem apenas para dar lucro — certo ou errado?
As empresas existem apenas para dar lucro — certo ou errado?
Muita gente acredita que o propósito das empresas é simplesmente gerar lucro. Essa é uma das ideias mais repetidas no mundo dos negócios — mas será que ela está certa?
É claro que o lucro empresarial é essencial para a sobrevivência de qualquer negócio. Sem resultados financeiros, nenhuma empresa se mantém no mercado por muito tempo. Mas reduzir a razão de existir de uma empresa apenas ao lucro é esquecer o que realmente faz um negócio nascer, crescer e prosperar: atender a uma necessidade real e gerar valor para as pessoas.
Toda empresa começa porque alguém identificou um problema, uma oportunidade ou um desejo não atendido. O lucro surge como consequência natural de cumprir bem esse propósito, oferecendo algo que realmente melhora a vida das pessoas — seja com um produto, um serviço ou uma experiência diferenciada.
Entender por que sua empresa existe e qual impacto positivo ela causa é o primeiro passo para construir um negócio sólido, admirado e sustentável.
Por que as empresas existem?
Você já parou para se perguntar por que as empresas existem? Qual é o verdadeiro motivo da existência de um negócio?
Se você acha que as empresas existem apenas para seus donos e sócios ganharem dinheiro, posso dizer que está enganado. Pode haver muitas pessoas que montam um negócio porque querem ou precisam ganhar dinheiro, mas esse não é o verdadeiro propósito das empresas — mesmo que essas pessoas ainda não saibam disso.
Em essência, uma empresa existe para resolver um problema ou atender a uma necessidade de pessoas ou de outras empresas — os clientes.
Toda empresa nasce porque alguém percebeu uma dor, um problema a ser resolvido, uma carência, uma necessidade ou uma oportunidade.
Exemplo: Nubank
Por que o Nubank foi criado?
O Nubank surgiu em 2013, fundado por David Vélez, Cristina Junqueira e Edward Wible, com uma missão clara: acabar com a burocracia, as tarifas abusivas e o mau atendimento dos bancos tradicionais.
Na época, o setor bancário brasileiro era altamente concentrado, e os clientes enfrentavam os mesmos problemas:
- Filas e burocracia para qualquer serviço.
- Tarifas altas e pouco transparentes.
- Atendimento impessoal e demorado.
- Falta de inovação e controle digital sobre o próprio dinheiro.
“Abrir uma conta em um banco brasileiro foi uma das experiências mais frustrantes da minha vida. Percebi que havia uma grande oportunidade de mudar isso.” — David Vélez
Problemas que o Nubank veio resolver:
- Burocracia dos bancos tradicionais.
- Falta de transparência nas tarifas e juros.
- Experiência ruim no atendimento ao cliente.
- Falta de autonomia e de acesso fácil ao próprio dinheiro.
Simplificar a vida financeira das pessoas com serviços digitais, transparentes, sem tarifas abusivas e com atendimento humano e eficiente.
Exemplo: iFood
O iFood surgiu em 2011, em Campinas (SP), com o objetivo de facilitar o pedido de refeições de forma rápida, prática e digital — tanto para consumidores quanto para restaurantes.
Problemas que o iFood veio resolver:
- Dificuldade em descobrir restaurantes e cardápios atualizados.
- Erros e demora nos pedidos por telefone.
- Falta de opções de pagamento digital.
- Restaurantes sem estrutura para delivery eficiente.
Oferecer uma plataforma que conecta consumidores, restaurantes e entregadores, permitindo pedidos de comida de forma rápida, fácil e segura.
Exemplo: Uber
A Uber surgiu em 2008, em Paris, quando seus fundadores não conseguiam encontrar um táxi disponível em uma noite fria. Dessa dor nasceu a ideia de um aplicativo que permitisse chamar um carro particular com apenas um toque no celular.
Problemas que a Uber veio resolver:
- Dificuldade para encontrar táxis rapidamente.
- Falta de transparência nos preços.
- Pagamento limitado a dinheiro.
- Atendimento irregular e imprevisível.
Conectar motoristas e passageiros por meio de um aplicativo simples e seguro, oferecendo transporte rápido, confiável e acessível, a qualquer hora e lugar.
O que esses exemplos têm em comum?
Essas empresas nasceram para resolver problemas reais. O lucro veio como resultado de entregar valor e de atender a necessidades de forma inovadora.
Ou seja: a razão de existir de uma empresa, seja ela privada ou pública, com ou sem fins lucrativos, é gerar valor para alguém.
E o lucro?
O lucro não deve ser o objetivo principal de uma empresa. O lucro empresarial é consequência, não o propósito.
- Identifica um problema;
- Cria uma solução ou melhora uma que já exista;
- Recebe dinheiro em troca;
- Usa o lucro para continuar crescendo e inovando.
A função social das empresas
Além de gerar resultados financeiros, as empresas também têm uma função social essencial. Elas:
- Geram empregos e renda;
- Movimentam a economia;
- Pagam impostos;
Empresas com propósito social e humano tendem a ser mais admiradas e sustentáveis, porque se conectam genuinamente com as pessoas.
O “porquê” de verdade: o propósito do negócio
As empresas mais duradouras não existem só para vender. Elas têm um propósito emocional e social — algo que guia todas as decisões e dá sentido ao que fazem.
Uma empresa existe para criar valor para as pessoas, resolver problemas ou satisfazer necessidades e, ao fazer isso de forma eficiente, gerar lucro para continuar existindo.
E a sua empresa?
- Você já parou para se perguntar por que sua empresa existe?
- Qual é o verdadeiro propósito do seu negócio?
- O que está por trás de cada produto, serviço ou atendimento que vocês oferecem?
- Que problema ela ajuda a resolver?
- Ou qual necessidade ela está satisfazendo?
Empresas que conhecem o próprio propósito tomam decisões com mais clareza, criam conexões mais fortes com seus clientes e se tornam mais autênticas.
Qual é o porquê da sua empresa — e como ele aparece no seu dia a dia?
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